Com a realização da copa do mundo no Brasil, o termo “Complexo de vira lata” veio a tona com muita frequência. Mas o que seria exatamente esse complexo, por que ele acontece e o que isso revela de um povo de um determinado país? E como esse complexo se manifesta nas nossa vida pessoal e nos relacionamentos? O que isso tem a ver com a autoestima? E como podemos aprender com isso para melhorar a nossa vida? Vou responder essas perguntas.
O complexo de vira lata é um reflexo da sensação de que os outros são melhores. Vem de sentimentos de inferioridade e problemas de autoestima. Quem se sente inferior busca razões de forma inconsciente que confirmam a sua inferioridade e acabam reforçando esse sentimento.
Existem três mecanismos comuns que ajudam a reforçar o sentimento de inferioridade. O primeiro deles é a tendência de enxergar muitos defeitos em si mesmo, além de exagerar e distorcer esses defeitos. O segundo mecanismo é a grande dificuldade de reconhecer e apreciar as próprias qualidades. Elas são minimizadas ou ignoradas. O terceiro mecanismo é achar que os outros são melhores. E nesse caso se exagera na percepção dessas qualidades e os defeitos são ignorados ou minimizados. A partir dai a pessoa constrói uma imagem muito ruim de si mesma e se compara com a imagem que ela construiu das outras pessoas, e assim confirma que ela é realmente pior.
Esse fenômeno tanto pode acontecer de uma forma individual, familiar ou ainda de forma mais abrangente com uma população de um determinado lugar. Vemos isso acontecer bastante no Brasil. O brasileiro é muito isso… O brasileiro é muito aquilo… Ouvimos comentários pejorativos que vem do povo comentando sobre o próprio povo e o país, como se os defeitos e problemas que existem nas pessoas e no país fossem uma exclusividade, ou fossem sempre piores do que em outros lugares. Cria-se uma idealização de outros países que servem como referência para se comparar negativamente.
É a mesma coisa que acontece quando um indivíduo se sente pior do que os outros e manifesta isso falando mal de si mesmo e se comparando negativamente a outras pessoas. Seu diálogo mental interior é sempre muito crítico consigo mesmo e dificilmente reconhece suas qualidades. Os supostos defeitos são sempre motivos de críticas e auto cobrança que geram desanimo e minam a autoconfiança. Enquanto que as qualidades são ignoradas e não servem para gerar motivação e alegria.
E o mais interessante é observar como esse processo passa do indivíduo para o coletivo. Nós tendemos a ver as pessoas ao nosso redor como se fosse uma extensão nossa. Quanto mais próxima for essa pessoa, maior é essa tendência. Isso é o que nos faz ter vergonha das atitudes de uma pessoa próxima, ou nos faz ter orgulho de algo que um filho ou um irmão fez. É como se nós tivéssemos feito aquilo. Por isso, quem carrega sentimentos de inferioridade e uma baixa autoestima tende a ver não somente muitos defeitos em si mesmo, mas também tende a ver defeitos nas pessoas mais próximas, que são como a sua extensão.
É fácil observar isso nos relacionamento familiares. Existem pais que sempre vêem muitas qualidades nos filhos dos outros, mas não conseguem ver nos próprios filhos. Comparam sempre negativamente seus filhos e encontram muitos motivos para criticar. É fácil elogiar os outros, é difícil elogiar os mais próximos.
Esse sentimento de extensão acontece na família e se estende e se amplia pra uma cidade inteira, pra um país inteiro, gerando o fenômeno do complexo de vira lata de um povo. Vemos pessoas de uma cidade que se comparam negativamente com outras cidades vistas como melhores, assim como vemos pessoas de um pais que se comparam negativamente a povos de outros países. Existe aquela sensação de que a grama do vizinho é sempre mais verde.
Reconhecer os próprios defeitos e fraquezas é importante. Pessoas que tem uma boa autoestima conseguem fazer isso com tranquilidade. A diferença é que essas pessoas não utilizam esse reconhecimento como um motivo pra se colocar pra baixo, ou como uma fonte de auto cobrança que gera tensão e estresse. É algo que serve apenas como um aprendizado para se evoluir.
Por falar em autoestima criei um teste que você pode acessar no meu site pra avaliar a sua autoestima. O mais importante nesse teste não é a nota final que você vai obter e, sim, a reflexão que cada pergunta vai trazer: Acesse aqui o teste da Autoestima.
Vou citar aqui alguns sinais que fazem parte dos complexo de vira lata, que são reflexos de problemas de autoestima:
– Dificuldade de reconhecer qualidades em si mesmo e em pessoas mais próximas.
– Dificuldade de elogiar pessoas próximas
– Auto cobrança e auto crítica excessiva; facilidade para encontrar defeitos
– Hábito de se comparar negativamente a outras pessoas
– Dificuldade de perdoar os próprios erros e falhas
– Foco e exagero nos próprios defeitos
– Falta de valorização da própria cultura e do lugar onde mora
– Falta de valorização de si mesmo e das pessoas próximas
– Tendência de valorizar somente o que vem de fora
Para trabalhar a auotestima eu utilizo a EFT (Técnica para Autolimpeza Emocional – Clique Aqui e solicite o Manual Gratuito para aprender a eliminar emoções e pensamentos negativos em minutos!). Ela é muito eficaz por que é possível através dessa técnica dissolver os sentimentos negativos do passado que minaram a nossa autoestima: Sentimentos de culpa, rejeição, abandono, mágoas e etc…
Um forte abraço!
André Lima.
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Perfeito o texto. Identifiquei minha filha, a descrição foi excelente!
Mais uma vez seus esclarecedores textos me ajudaram a perceber mais uma faceta do conflituoso e atormentante relacionamento com meus pais, que sempre foram bastantes secos e muito críticos comigo. Lembro-me de uma ocasião em que uma senhora nossa vizinha veio a falecer e a filha mais nova dela chorava muito. Ao nos aproximarmos minha mãe começou a dizer à moça palavras de consolo com tamanha eloquência e empatia que me deixaram embasbacada, pois eu não conhecia aquele lado amoroso da minha mãe. Aquele episódio só serviu pra aumentar ainda mais a inferioridade que eu sentia. Pra filha da vizinha ela tinha colo; pra mim nunca teve. Achava que havia algo muito ruim comigo.
Desde que conheci a EFT em 2011 fiz mais progressos do que em quase 10 anos de terapia. Acho a terapia tradicional muito superficial. Ela parece não ter ferramentas e nem metodologia para lidar com esses conteúdos ocultos que a EFT (e a TFT, que também uso) tratam tão bem.
Sempre tive muitas dúvidas para conceituar o motivo dos meus pais me tratarem tão mal, pois não me pareciam realmente atos motivados simplesmente pela maldade, pelo prazer de me me pisar. Porém, não conseguia ver o real motivo. Só depois que consegui diminuir o sofrimento e aumentar a autoestima é que comecei a ver mais claramente e a acreditar nas minhas conclusões. Ao poucos fui percebendo que meus pais têm muitos problemas guardados. O texto de hoje trouxe mais clareza ainda.
Me interesso em fazer curso presencial com o Andre.Lendo esse texto ,me identifiquei.Nunca achei que tinha auto estima baixa,mas vi que tenho.E isso é que esta minando ainha capacidade de atingir meus sonhos.Pior é que estou passando isso pra minha filha de 9 amos.Acho ela a mais bobinha ,mais burrinha. Coitada! Quero interromper isso urgente.Me ajudem! Bj
Excelente sua reflexão sobre o tema. Infelizmente na sociedade brasileira hoje, um número expressivo de pessoas, principalmente jovens manifestam esse complexo de “vira lata”. Seu trabalho é com certeza uma contribuição relevante no sentido de transformar essa visão e avançar na busca do autoconhecimento e superação de bloqueios à autoestima.
Obrigada por compartilhar essas informações. Você ajuda muito.
muito bom André, como sempre, aliás.
Muito bom!