Existem diversos tipos de vingança, desde aquelas mais graves onde alguém pode cometer um crime para revidar outro crime sofrido, até outras ‘Vingancinhas’ que praticamos inconscientemente no nosso dia a dia. Vamos ver as razões que nos levam a agir dessa forma.

Quando acontece algo que julgamos injusto, sentimentos desconfortáveis de raiva e injustiça se manifestam imediatamente e nos causam sofrimento. Obviamente, queremos ficar em paz e desejamos nos livrar o mais rápido possível destes incômodos sentimentos. Tentaremos algumas estratégias, quase sempre equivocadas, no intuito de apaziguar nossa inquietação.

O ideal seria que trabalhássemos dentro de nós mesmos para curar esse sofrimento, sem a dependência de nada que viesse de outras pessoas. Mas a nossa reação automática é querer que alguma coisa aconteça no exterior para que possamos voltar a ficar em paz. Isso ocorre porque achamos, consciente ou inconscientemente, que nosso bem estar depende de fatores externos. Pode surgir, por exemplo, o desejo que o outro reconheça seu erro. E se isso ocorrer e houver um pedido de desculpas sincero (E talvez uma reparação do dano causado), a pessoa que se sentiu injustiçada volta a ficar em paz.

Só que em boa parte das vezes o outro não acha que fez nada errado, ou até sabe, mas não irá reconhecer ou, ainda, mesmo que reconheça, não há como reparar o dano causado. Continuaremos, então, com o nosso desconforto de raiva e injustiça e com a urgência de nos libertarmos desse sofrimento o mais rápido possível.

Nesses casos, pode surgir o desejo de infligir sofrimento à pessoa que julgamos como o causador do nosso desconforto. E por que isso ocorre? De alguma forma, nos sentimos melhor quando o outro se sente mal. Melhor dizendo, temos uma falsa sensação de bem estar quando o outro que nos causou sofrimento está agora sofrendo. É como se tivéssemos um equipamento interno que compara o nosso grau de felicidade com o da outra pessoa. Se acharmos que estamos mais miseráveis que o outro, isso nos deixa ainda mais frustrado, mas se temos a percepção de que o outro está indo mal, de preferência pior do que nós, então parece que sentimos certo alívio.

Atendi uma moça que havia sido deixada pelo namorado. Era sempre ela quem dominava e terminava os relacionamentos, mas nesse caso aconteceu tudo diferente, o que a deixou com muita raiva do ex. Durante o atendimento fizemos bastante aplicação de EFT (Técnica para Autolimpeza Emocional – Clique Aqui e solicite o Manual Gratuito para aprender a eliminar emoções e pensamentos negativos em minutos!) para dissolver as mágoas. Já no final do atendimento, os sentimentos estavam bem menos intensos, mas ela relatou um desejo de que ele passasse pela mesma coisa que ela passou em um próximo relacionamento. Havia uma necessidade que ele sofresse. Era como se isso fosse trazer um prazer que aliviaria seu próprio sofrimento. Ou seja, ainda havia certo nível de ressentimento. Se ela já estivesse em paz cem por cento, não teria qualquer necessidade de que ele passasse por qualquer tipo de situação. Foi preciso, então, aprofundar o trabalho até que ela se libertasse dessa necessidade, e foi o que aconteceu.

O sentimento de vingança é uma prisão. É uma ilusão onde acreditamos que precisamos ver ou ter notícias de sofrimento da outra pessoa para que a nossa sensação de injustiça seja amenizada.

A vingança pode ocorrer de várias formas. Pode ser um ato de violência física ou agressão verbal, mas também se dá de forma mais sutil. Quando guardamos ressentimentos das pessoas próximas, as quais nos relacionamos diariamente, vamos praticar pequenas vinganças durante nossas interações.

Falar mal de alguém pelas costas na tentativa de espalhar uma imagem ruim é uma forma de vingança. A vingança pode vir disfarçada de comentários maldosos e ironias que fazemos durante a conversa com a pessoa da qual nos ressentimos. Podemos também criticar, desprezar, tratar com frieza, desdenhar (Disfarçado, às vezes, de bom humor) ou ainda jogar um olhar “Atravessado”. São tentativas de atingir o outro, de tentar minar sua autoestima.

Em alguns casos, podemos tentar fazer com que a pessoa se sinta culpada. Demonstramos toda a nossa raiva e indignação para que ela sofra com o sentimento de culpa, mas esse efeito nem sempre acontece.

Acontece também de querermos que e outro saiba que estamos melhores do que ele para que possamos nos sentir superior. É uma tentativa de fazer a outra pessoa se sentir inferior. Em outro caso que atendi de uma mulher que havia sido traída e deixada pelo namorado, havia um intenso desejo que ele soubesse o concurso que ela havia passado e o quanto ela ganhava, pois sabia que ele não estava bem financeiramente. Pensar nisso lhe trazia aquela sensação de prazer típica da vingança. Através desse mesmo mecanismo podemos querer superar os pais, ser melhor que o irmão, prosperar mais que o ex-sócio que foi desonesto e etc., isso tudo para que eles se sintam inferiores, o que nos dá a ilusão de que somos superiores.

Sempre que o nosso bem estar depende do comportamento ou dos sentimentos dos outros, nos tornamos prisioneiros emocionais. A raiva ou o sentimento de injustiça é uma energia que está dentro de nós e pode ser curada independente de qualquer coisa que aconteça no exterior.

Por trás do sentimento da raiva existe também uma falsa crença de que estamos punindo a outra pessoa. Claro que isso não funciona. “Sentir raiva de alguém é como tomar um veneno e esperar que o outro morra”. Não sei de quem é a frase, mas concordo plenamente. Os ressentimentos tiram a nossa energia, baixam nossa autoestima, nos fazem adotar o padrão da vítima, roubam a nossa criatividade e, assim, deixamos de criar uma vida melhor no presente momento.

Todas essas formas de vingança, das mais graves às mais sutis, são sinais claros das mágoas, raivas e ressentimentos que ainda guardamos. Algumas pessoas falam já ter superado certos eventos de suas vidas, mas com um olhar mais atento, identificando seus desejos de vingança, observamos que isso ainda não aconteceu.

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Um forte abraço!

André Lima.

 

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